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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

5º SINAL - JESUS ANDA SOBRE O MAR

João 6.16-21


A fim de um melhor entendimento do texto se faz necessário o diálogo com os textos de Mateus e Marcos. 

Após Jesus ter multiplicado os pães e peixes e alimentado aquela grande multidão o povo quer levantar Jesus como seu rei com o propósito de se libertarem dos romanos, contudo Jesus se livra da multidão e sobe para o monte para ficar só e orar porquanto esta não era sua missão.

terça-feira, 30 de junho de 2020

4º SINAL - JESUS O PÃO VIVO



Em sequência ao estudo está o quarto sinal registrado por João, lembrando que um sinal não tem sentido em si mesmo e portanto, não deve ser destacado ou valorizado, tampouco buscado com veemência; afinal ele apenas aponta para uma realidade que está além dele. E neste caso é mostrar que Jesus é o Filho de Deus, o Messias. Neste capítulo João narra que Jesus atravessa o lago de Tiberíades e ao chegar do outro lado já tem uma multidão a sua espera por conta dos sinais que operava sobre os enfermos. Nota-se que que a multidão não estava entendendo o papel principal dos sinais, estavam prestando atenção apenas neles e não olhando para a direção de quem eles apontavam. Jesus do outro lado sobe a um monte e se assenta com os seus discípulos.

Uma outra razão para se ajuntar tamanha multidão era a peregrinação para Jerusalém por conta da festa da Páscoa que estava próxima e provavelmente aquele lugar era uma das rotas utilizadas pelos peregrinos. Naquela ocasião Jesus levantando os olhos e vendo a grande multidão que vinha ter com Ele inicia uma aula para os seus discípulos e desta feita começa com uma pergunta a Filipe.

A pergunta é do tipo de retórica uma vez que o verso 6 diz que Jesus bem sabia o que tinha que fazer. Ela é totalmente pedagógica porque diz o texto que Jesus quis experimentar Filipe. É muito comum que Jesus experimente os seus discípulos e isso também faz parte das instruções. Contudo, Filipe não se sai bem neste teste. Ao invés de apresentar uma resposta de acordo com que já tinha visto o Mestre operar, ao contrário, apresenta uma resposta incrédula.

Percebe-se que não é só a multidão que não tem conhecimento pleno de quem era Jesus, mas também os seus discípulos. A visão tanto de um quanto de outro ainda é terrena, faltando, portanto, a espiritual. Os discípulos, embora ensinados por Jesus, ainda estavam sem a revelação plena que somente seria dada pelo Espírito Santo.
O valor apresentado por Filipe correspondia a mais ou menos oito meses de trabalho de um trabalhador comum. Ou seja, atualizado e considerando o salário mínimo, seriam necessários oito mil reais que segundo Felipe não seriam ainda suficientes para a multidão comer um pouco de pão. 
É notório que no momento da prova ou teste, aflora o que realmente está dentro do discípulo. Filipe ainda não tem uma segurança total em Jesus como Filho de Deus, o Messias.

Embora tenha visto Jesus transformar água em vinho, curar o filho do oficial do rei somente com o poder de Sua Palavra, dar saúde a um paralítico, tudo isso ainda não foi suficiente para crer que Jesus pudesse solucionar o problema atual. A situação de Filipe representa a mesma dos demais discípulos e também de muitos cristãos na atualidade.
Nos versos 8 e 9, André apresenta um rapaz com cinco pães e dois peixinhos. Um pouco diferente de Filipe, André apresenta uma solução, contudo ao mesmo tempo a dúvida, a incredulidade, um obstáculo. Tudo isso também demonstra o quanto eles estavam limitados à vida terrena cheia de desafios invencíveis. Porém, Jesus vai demonstrar o quanto é maravilhoso viver em Sua presença, ainda que em certos momentos como discípulos haja falha.

Jesus toma aquele pouco recurso apresentado e manda assentar os homens em número de quase cinco mil; dá graças e reparte aos discípulos e estes aos que estavam assentados e igualmente com os pães.
Depois de todos já estarem saciados, manda os discípulos recolherem as sobras. Então recolheram e encheram doze cestos. Aqui está o Filho de Deus, assim como operou todos os milagres mencionados pouco acima, opera mais este. Sacia a fome de uma multidão.

A maior lição de Jesus não é que Ele tem poder para também multiplicar pão, mas sim que Ele alimenta a alma faminta, no texto do cap. 6 Ele se apresenta como o Pão Vivo descido do céu. Assim como o povo foi alimentado no deserto, sustentado por Deus durante 40 anos, assim Jesus alimenta todos os que nele creem. 

Com uma grande diferença – aqueles que comeram do Maná no deserto morreram, os que se alimentam de Jesus nunca mais terão fome e viverão para sempre. A multidão se apressa para fazer de Jesus rei, mas Jesus se retira para o monte porque essa não era Sua missão – ser rei aqui na terra.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

SINAIS DE JESUS SEGUNDO JOÃO


        Jo 20.30,31 “Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome - ARC”.

         Este versículo apresenta o propósito de João ao escrever este evangelho, que a propósito é bem diferente dos sinóticos. Uma característica peculiar do livro é o fato do intuito do escritor não se encontrar no início do livro como é comum; exigindo assim do estudante, por primeiro, uma leitura completa do livro uma vez que isto – buscar o intuito do escritor - é um dos primeiros passos de quem deseja fazer um estudo do livro por completo.

         Cabe destacar que um sinal não tem significado em si mesmo, o seu objetivo é apontar para algo ou alguém que está além dele como por exemplo os sinais de trânsito que existem nas ruas; uma placa que indica um obstáculo não exige que o motorista freie o carro diante dela, mas lhe chama a atenção que o obstáculo propriamente dito está logo adiante; assim os sinais que Jesus operava não tinham significado e valor em si mesmos, porém eram para apontar para Jesus e que Ele era o Filho de Deus.

         Dessa forma observamos que o livro de João tem uma divisão muito clara entre o capítulo 2 e cap. 11.57. No v11 do capítulo 2 se lê “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele”. É necessário observar que na maioria dos sinais há por parte de Jesus uma instrução logo em seguida. O propósito é que o povo note que somente Deus pode fazer tal coisa, fazendo assim uma relação com os sinais e aquele que os opera para se chegar à conclusão de que Aquele que ali está, ou é o próprio Deus ou é proveniente de Deus.

         Mas Jesus não deixa os homens apenas com os sinais Ele instrui os seus ouvintes aproveitando o acontecido. É muito importante observar que nenhum dos seus sinais foi operado por acaso, conveniência, para promoção pessoal, ou para satisfazer a multidão tão somente; cada sinal tem seu lugar, seu tempo, propósito, alvo específico e, principalmente em João, o seu contexto social. Portanto, ao estudar leve em consideração esses elementos.

         Dessa forma fica aqui um quadro para auxílio deste estudo.

clique nos links para ver os estudos

 

Sinais de Jesus no Evangelho segundo João

São ao todo sete milagres de Jesus que o autor chama de “sinais”.

Acontecimento ou ocasião

 

Jesus transforma água em vinho

A cura do filho de um oficial do rei

A cura do paralítico de Betesda

A multiplicação dos pães

Jesus caminha sobre o mar

A cura do cego de nascença

A ressureição de Lázaro

Referências

 

2.1-12

4.43-54

5.1-18

6.1-15

6.16-21

9.1-34

11.1-44







3º SINAL - TOMA A TUA CAMA, LEVANTA-TE E ANDA

5.1-18

O capítulo 5 inicia sobre a localização de Jesus e também onde aconteceu o milagre que era Jerusalém. Jesus subiu para lá por conta de uma das festas dos judeus, o texto não aponta qual delas, mas pela Lei todo o judeu deveria subir à Jerusalém pelo menos uma vez por conta das três principais festas – Páscoa, Tabernáculos e Pentecostes. E Jesus como um bom judeu que era também está lá.

O texto aponta também o local onde se encontrava o paralítico – um tanque chamado em hebreu Betesda (Casa da Misericórdia) que era uma extensão do grande templo de Salomão. Este tanque se encontrava perto de uma entrada que fora reconstruída na época de Neemias, junto a um portão por onde se trazia as ovelhas para o sacrifício, a porta das ovelhas, e o tanque era usado pelos judeus para o banho cerimonial. Com o passar do tempo foi utilizado pela multidão de enfermos conforme o aponta o versículo 4. Não há registro de ter acontecido algum milagre, o que parece ser mais uma crendice popular, até porque conforme o versículo 7, apenas receberia a cura o que descesse primeiro após a água ter sido agitada pelo anjo. O fato não condiz muito com o amor do nosso Deus, uma vez que diz que recebe aquele que chegar primeiro e somente este em um certo espaço de tempo.

Em meio a estes enfermos estava o paralítico que se encontrava neste estado – enfermo - há 38 (trinta e oito anos). O texto não diz que era de paralítico de nascença e nem que ele se encontrava à beira do tanque durante todo este tempo, diz: “havia trinta e oito anos, se achava enfermo – ARC”. (grifo nosso)

Quanto a cama não se pode imaginar uma tal qual se conhece hoje, mas sim em um tipo de colchonete que servia como cama e à noite podia até se enrolar para proteção do frio e também para fácil locomoção por parte daqueles que a utilizavam.

A situação deste tanque retrata exatamente a situação miserável em que o homem se encontra, dominado pelo pecado, por suas crendices, em uma falsa esperança. No versículo 14 Jesus ao se encontrar com o homem já curado diz-lhe: “não peques mais para que não te suceda coisa pior – ARC”, o que dá a entender que aquele homem estava enfermo por conta de pecado.

E o homem debaixo do pecado quer dizer que está na escuridão, separado de Deus, e nessa situação se agarra em muitas crendices alimentando falsas esperanças. A situação do homem era deplorável porque além de crer em uma falsa esperança, não podia contar com ninguém para ajudá-lo pois o ajudador não queria perder a sua vez. Assim o homem cria muitas falsas esperanças em algo que não pode lhe ajudar.

Cabe ressaltar o ambiente que Jesus frequentava, embora tenha subido à Jerusalém por conta da festa, não deixava de visitar os miseráveis da terra. Desde quando um religioso do templo visitaria tal lugar, mas Jesus passa por lá. E neste lugar de miseráveis Ele escolhe o pior para lhe dirigir a palavra. “Queres ficar são?” O paralítico relata a sua situação (v. 7).

Percebe-se que a visão do homem está totalmente posta no tanque, sua esperança está ali, sua atenção de tal modo de não prestar atenção em quem fala com ele e nem na pergunta pois poderia questionar o homem que com ele falava. Mas após a sua queixa Jesus diz: “levanta-te, toma a tua cama e anda”. E aquele dia era sábado. Leia o artigo sobre o sábado.

O grande destaque do texto está, além dos conflitos religiosos, no poder da Palavra de Jesus. A palavra dita no v. 8 teve um efeito extraordinário no corpo enfermo do homem. Imagine os nervos e músculos todos atrofiados, mas quando a Palavra adentra tudo que está desorganizado volta à organização e começa a funcionar perfeitamente como deve ser. E não dependeu da fé do homem pois sua confiança estava no tanque, ou seja, há situações em que é Jesus que quer agir e nestes casos não há impedimento (Is. 43.13c )

O homem ficou são, tomou a sua cama e partiu. Mas qual a grande surpresa dos judeus? A cura de um paralítico que estava enfermo há 38 anos e agora está são? Não, a surpresa está em carregar a cama no dia de sábado, ou seja, permaneça na sua miséria, mas não carregue uma cama neste dia. (leia também sobre a religiosidade na comunidade joanina)

O homem até então não sabia quem o curara até que o próprio Jesus o encontra no templo e o exorta. Este homem estava longe do templo a tanto tempo e na primeira oportunidade corre para lá, sim porque os defeituosos não podiam fazer parte do templo. E a exortação de Jesus é: muito melhor que estar no templo é não pecar, não basta uma vida de religião, o que importa é a comunhão com Deus. Então ele conta para os judeus que quem o curara fora Jesus.


2º SINAL - A VERDADEIRA FÉ


Jo 4.43-54

Jesus permanece com os samaritanos dois dias, logo após parte para a Galileia; e os galileus o receberam muito bem, por conta dos sinais que operara em Jerusalém no dia da festa, pois eles também lá estavam. Era a segunda vez de Jesus em Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. Jesus vai a Caná porque em Nazaré onde fora criado os seus não creram em seus sinais (Mt. 13.54-58). Conforme as palavras de Jesus não há profeta sem honra, a não ser em sua própria pátria e na sua casa.

Em Caná da Galileia estava um oficial do rei que, na época era Herodes Antipas, aqueles que João Batista apontara por tomar a mulher de seu irmão. O oficial servia este rei em Caná, porém residia em Cafarnaum que distava 30 Km dali. E onde deixara seu filho doente à beira da morte. E quando soube que Jesus estava vindo pra li, em Caná, foi ter com Jesus rogando-lhe que descesse e curasse o seu filho. Ele havia ouvido dos feitos de Jesus em Jerusalém e creu em seu poder.

Diante da situação o povo não fica sem a instrução de Jesus. No v. 48 Jesus repreende a todos que ali estavam, afinal estavam apenas na expectativa de mais um sinal. Porém, qual o significado e o resultado dos sinais na vida dessas pessoas? Sempre vendo e querendo mais sinais, no entanto, sem reconhecerem Jesus como o Filho de Deus, o Messias. O que se nota é que a visão está posta nos sinais e não naquele para o qual o sinal aponta. Tanto é que permanecem em suas incredulidades.

Contudo, o oficial do rei terá uma experiência diferente. Na insistência de que Jesus descesse com ele, Jesus profere uma palavra: “VAI, O TEU FILHO VIVE”. E diz que o texto que o homem partiu sem Jesus, mas com a Palavra. Aqui está a diferença entre o oficial e a multidão. A multidão precisa ver o sinal para então crer; o oficial precisou apenas da Palavra de Jesus, creu sem ver o sinal. A verdadeira fé não se origina a partir de um sinal, mas sim pelo ouvir a Palavra de Jesus (Rm 10,17).

A verdadeira fé reconhece que Jesus é o Cristo de Deus. Não importa se há sinal ou não, a fé está na pessoa de Jesus e não naquilo que Ele pode dar ou fazer. Essa fé é a que agrada a Deus. Mas como Ele é bom não deixa de atender também as necessidades momentâneas.

No v. 50 está presente está presente a natureza dessa verdadeira fé. Jesus disse: “vai, o teu filho vive”, não foi uma palavra profética para o homem se apoderar ou não. Quando Jesus proferiu, o teu filho vive, a 30 km de distância o milagre aconteceu. O homem não viu o milagre, porém tomou posse da Palavra e partiu. Quando chega perto da sua casa seus servos vêm ao seu encontro e dizem a mesma palavra de Jesus: teu filho vive, então ele indaga a respeito do momento em que a febre o deixara e disseram: ontem, às sete. Entendeu o homem que era a mesma hora que Jesus proferira a Palavra. A sua fé foi então confirmada e creu em Jesus ele e sua casa, ou seja, saiu do nível físico para o espiritual. Alcançaram a salvação em Cristo Jesus.

Concluindo, destaca-se que uma Palavra de Jesus quando liberada não há barreira de distância para sua operação. As Suas Palavras são carregadas de Poder, tanto para transformar água em vinho como também para curar. Como para transformar substâncias Ele não precisa tocar, para curar não precisa estar presente. O Poder está em Sua Palavra. Não a que é captada apenas pelo sentido humano, mas sim a que o Espírito Santo ilumina no entendimento do homem dando-lhe poder para tomar posse do sobrenatural de Deus.