O capítulo 17.1-9 de I Reis narra um momento do ministério do profeta Elias, o tisbita, que a propósito é a única informação que se tem deste profeta. Elias exerceu seu ministério em uma época muito conturbada de Israel, a adoração ao Deus Todo Poderoso estava em total declínio.
Prevalecia
na ocasião a adoração a Baal e Asera deuses trazidos por Jezabel, mulher com
quem o Rei Acabe se casara. Por isso Deus levanta este profeta para confrontar
os grotescos erros de Acabe, assim como alertar o povo sobre as abominações.
Porém
como toda missão tem dois lados, um de comunhão e intimidade com Deus que é um
privilégio para o homem escolhido; e outro de dificuldades provocado até mesmo
pela palavra profetizada. Contudo, a graça e a providência do Deus que chama
nunca falta. E é exatamente sobre isso que trata este artigo.
Elias
determina que não houvesse nem chuva e nem orvalho na terra senão segundo a sua
palavra. Isso mostra o grau de intimidade do profeta com Deus, de modo a se
misturar a palavra humana com a de Deus. Mas Deus assina em baixo e realmente
acontece conforme a palavra profetizada.
Depois
da mensagem o Senhor manda que Elias se refugie junto ao ribeiro do Querite
para que dali bebesse sua água, quanto aos alimentos os corvos levavam pão e
carne para Elias, tanto pela manhã quanto pela tarde.
É
digno de destaque a obediência incondicional de Elias à determinação de Deus,
visto que aquele ribeiro era um WADY, ou seja, um tipo de ribeiro que só tinha
água enquanto houvesse chuva. E Elias sabia disso, no entanto, não questiona
Deus simplesmente obedece. Sem falar no tipo de ave que lhe traz alimento.
Provavelmente
não tinha ideia de quanto tempo seria a duração dos efeitos da profecia,
contudo, vai notando que a água do Querite vai se secando dia após dia. Mas não
se move da posição em que Deus determinou.
Até
que finalmente secou-se por completo o ribeiro, só então há uma nova direção de
Deus para o profeta. Ir até Sarepta de Sidom onde encontraria uma viúva que o
sustentaria até que viesse a chuva sobre a terra.
Há
muitas lições preciosas nesta passagem. Primeira que o profeta também sofre os
efeitos da profecia, mas conta com a providência de Deus. Segunda lição é que
mesmo sendo cheio de Deus não pôde mudar a sua situação por vontade própria,
teve que esperar o momento de Deus.
A
terceira, sempre se submeteu às circunstâncias propostas por Deus, mesmo que
precárias. Quantas pessoas ricas existiam naquela época com condições
suficientes para sustentar um profeta, mas Deus manda para uma viúva que estava
em situação pior do que a do profeta.
Ainda
uma quarta lição pode se extrair. É que mesmo nas situações difíceis teve fé
suficiente para ver o milagre de Deus. Quando encontra a mulher apontada pelo
Senhor pede a ela água e bolo.
No
entanto, o que ela tem é apenas suficiente para uma refeição precária para si e
seu filho e daí esperar a morte. Contudo, Elias diz a mulher: “de tudo isso
fará primeiro para mim, depois farás para ti e teu filho, porque assim diz o
Senhor que a farinha da panela não se acabará e o azeite da botija não secará
até que o Senhor dê chuva sobre a terra”. E dessa forma aconteceu na vida
daquela viúva.
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