terça-feira, 30 de junho de 2020
4º SINAL - JESUS O PÃO VIVO
quinta-feira, 11 de junho de 2020
SINAIS DE JESUS SEGUNDO JOÃO
Jo 20.30,31 “Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome - ARC”.
Este versículo apresenta o propósito de João ao escrever este evangelho, que a propósito é bem diferente dos sinóticos. Uma característica peculiar do livro é o fato do intuito do escritor não se encontrar no início do livro como é comum; exigindo assim do estudante, por primeiro, uma leitura completa do livro uma vez que isto – buscar o intuito do escritor - é um dos primeiros passos de quem deseja fazer um estudo do livro por completo.
Cabe destacar que um sinal não tem significado em si mesmo, o seu objetivo é apontar para algo ou alguém que está além dele como por exemplo os sinais de trânsito que existem nas ruas; uma placa que indica um obstáculo não exige que o motorista freie o carro diante dela, mas lhe chama a atenção que o obstáculo propriamente dito está logo adiante; assim os sinais que Jesus operava não tinham significado e valor em si mesmos, porém eram para apontar para Jesus e que Ele era o Filho de Deus.
Dessa forma observamos que o livro de João tem uma divisão muito clara entre o capítulo 2 e cap. 11.57. No v11 do capítulo 2 se lê “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele”. É necessário observar que na maioria dos sinais há por parte de Jesus uma instrução logo em seguida. O propósito é que o povo note que somente Deus pode fazer tal coisa, fazendo assim uma relação com os sinais e aquele que os opera para se chegar à conclusão de que Aquele que ali está, ou é o próprio Deus ou é proveniente de Deus.
Mas Jesus não deixa os homens apenas com os sinais Ele instrui os seus ouvintes aproveitando o acontecido. É muito importante observar que nenhum dos seus sinais foi operado por acaso, conveniência, para promoção pessoal, ou para satisfazer a multidão tão somente; cada sinal tem seu lugar, seu tempo, propósito, alvo específico e, principalmente em João, o seu contexto social. Portanto, ao estudar leve em consideração esses elementos.
Dessa forma fica aqui um quadro para auxílio deste estudo.
clique nos links para ver os estudos
Sinais de Jesus no Evangelho segundo João | |
São ao todo sete milagres de Jesus que o autor chama de “sinais”. | |
Acontecimento ou ocasião
Jesus transforma água em vinho A cura do filho de um oficial do rei A cura do paralítico de Betesda A cura do cego de nascença A ressureição de Lázaro | Referências
2.1-12 4.43-54 5.1-18 6.1-15 6.16-21 9.1-34 11.1-44 |
3º SINAL - TOMA A TUA CAMA, LEVANTA-TE E ANDA
5.1-18
O
capítulo 5 inicia sobre a localização de Jesus e também onde aconteceu o
milagre que era Jerusalém. Jesus subiu para lá por conta de uma das festas dos
judeus, o texto não aponta qual delas, mas pela Lei todo o judeu deveria subir
à Jerusalém pelo menos uma vez por conta das três principais festas – Páscoa,
Tabernáculos e Pentecostes. E Jesus como um bom judeu que era também está lá.
O
texto aponta também o local onde se encontrava o paralítico – um tanque chamado
em hebreu Betesda (Casa da Misericórdia) que era uma extensão do grande templo
de Salomão. Este tanque se encontrava perto de uma entrada que fora
reconstruída na época de Neemias, junto a um portão por onde se trazia as
ovelhas para o sacrifício, a porta das ovelhas, e o tanque era usado pelos
judeus para o banho cerimonial. Com o passar do tempo foi utilizado pela
multidão de enfermos conforme o aponta o versículo 4. Não há registro de ter acontecido
algum milagre, o que parece ser mais uma crendice popular, até porque conforme
o versículo 7, apenas receberia a cura o que descesse primeiro após a água ter
sido agitada pelo anjo. O fato não condiz muito com o amor do nosso Deus, uma
vez que diz que recebe aquele que chegar primeiro e somente este em um certo
espaço de tempo.
Em
meio a estes enfermos estava o paralítico que se encontrava neste estado –
enfermo - há 38 (trinta e oito anos). O texto não diz que era de paralítico de
nascença e nem que ele se encontrava à beira do tanque durante todo este tempo,
diz: “havia trinta e oito anos, se achava enfermo – ARC”.
(grifo nosso)
Quanto
a cama não se pode imaginar uma tal qual se conhece hoje, mas sim em um tipo de
colchonete que servia como cama e à noite podia até se enrolar para proteção do
frio e também para fácil locomoção por parte daqueles que a utilizavam.
A
situação deste tanque retrata exatamente a situação miserável em que o homem se
encontra, dominado pelo pecado, por suas crendices, em uma falsa esperança. No
versículo 14 Jesus ao se encontrar com o homem já curado diz-lhe: “não peques
mais para que não te suceda coisa pior – ARC”, o que dá a entender que aquele
homem estava enfermo por conta de pecado.
E
o homem debaixo do pecado quer dizer que está na escuridão, separado de Deus, e
nessa situação se agarra em muitas crendices alimentando falsas esperanças. A
situação do homem era deplorável porque além de crer em uma falsa esperança,
não podia contar com ninguém para ajudá-lo pois o ajudador não queria perder a
sua vez. Assim o homem cria muitas falsas esperanças em algo que não pode lhe
ajudar.
Cabe
ressaltar o ambiente que Jesus frequentava, embora tenha subido à Jerusalém por
conta da festa, não deixava de visitar os miseráveis da terra. Desde quando um
religioso do templo visitaria tal lugar, mas Jesus passa por lá. E neste lugar
de miseráveis Ele escolhe o pior para lhe dirigir a palavra. “Queres ficar
são?” O paralítico relata a sua situação (v. 7).
Percebe-se
que a visão do homem está totalmente posta no tanque, sua esperança está ali,
sua atenção de tal modo de não prestar atenção em quem fala com ele e nem na
pergunta pois poderia questionar o homem que com ele falava. Mas após a sua
queixa Jesus diz: “levanta-te, toma a tua cama e anda”. E aquele dia era
sábado. Leia o artigo sobre o sábado.
O
grande destaque do texto está, além dos conflitos religiosos, no poder da
Palavra de Jesus. A palavra dita no v. 8 teve um efeito extraordinário no corpo
enfermo do homem. Imagine os nervos e músculos todos atrofiados, mas quando a
Palavra adentra tudo que está desorganizado volta à organização e começa a
funcionar perfeitamente como deve ser. E não dependeu da fé do homem pois sua
confiança estava no tanque, ou seja, há situações em que é Jesus que quer agir
e nestes casos não há impedimento (Is. 43.13c )
O
homem ficou são, tomou a sua cama e partiu. Mas qual a grande surpresa dos judeus?
A cura de um paralítico que estava enfermo há 38 anos e agora está são? Não, a
surpresa está em carregar a cama no dia de sábado, ou seja, permaneça na sua
miséria, mas não carregue uma cama neste dia. (leia também sobre a religiosidade na comunidade joanina)
O
homem até então não sabia quem o curara até que o próprio Jesus o encontra no
templo e o exorta. Este homem estava longe do templo a tanto tempo e na
primeira oportunidade corre para lá, sim porque os defeituosos não podiam fazer
parte do templo. E a exortação de Jesus é: muito melhor que estar no templo é
não pecar, não basta uma vida de religião, o que importa é a comunhão com Deus.
Então ele conta para os judeus que quem o curara fora Jesus.
2º SINAL - A VERDADEIRA FÉ
Jo 4.43-54
Jesus
permanece com os samaritanos dois dias, logo após parte para a Galileia; e os
galileus o receberam muito bem, por conta dos sinais que operara em Jerusalém
no dia da festa, pois eles também lá estavam. Era a segunda vez de Jesus em
Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. Jesus vai a Caná porque em Nazaré
onde fora criado os seus não creram em seus sinais (Mt. 13.54-58). Conforme as
palavras de Jesus não há profeta sem honra, a não ser em sua própria pátria e
na sua casa.
Em
Caná da Galileia estava um oficial do rei que, na época era Herodes Antipas,
aqueles que João Batista apontara por tomar a mulher de seu irmão. O oficial
servia este rei em Caná, porém residia em Cafarnaum que distava 30 Km dali. E
onde deixara seu filho doente à beira da morte. E quando soube que Jesus estava
vindo pra li, em Caná, foi ter com Jesus rogando-lhe que descesse e curasse o
seu filho. Ele havia ouvido dos feitos de Jesus em Jerusalém e creu em seu
poder.
Diante
da situação o povo não fica sem a instrução de Jesus. No v. 48 Jesus repreende
a todos que ali estavam, afinal estavam apenas na expectativa de mais um sinal.
Porém, qual o significado e o resultado dos sinais na vida dessas pessoas?
Sempre vendo e querendo mais sinais, no entanto, sem reconhecerem Jesus como o
Filho de Deus, o Messias. O que se nota é que a visão está posta nos sinais e
não naquele para o qual o sinal aponta. Tanto é que permanecem em suas
incredulidades.
Contudo,
o oficial do rei terá uma experiência diferente. Na insistência de que Jesus
descesse com ele, Jesus profere uma palavra: “VAI, O
TEU FILHO VIVE”. E diz que o texto que o homem partiu sem Jesus, mas
com a Palavra. Aqui está a diferença entre o oficial e a multidão. A multidão
precisa ver o sinal para então crer; o oficial precisou apenas da Palavra de
Jesus, creu sem ver o sinal. A verdadeira fé não se origina a partir de
um sinal, mas sim pelo ouvir a Palavra de Jesus (Rm 10,17).
A
verdadeira fé reconhece que Jesus é o Cristo de Deus. Não importa se há sinal
ou não, a fé está na pessoa de Jesus e não naquilo que Ele pode dar ou fazer.
Essa fé é a que agrada a Deus. Mas como Ele é bom não deixa de atender também
as necessidades momentâneas.
No
v. 50 está presente está presente a natureza dessa verdadeira fé. Jesus disse:
“vai, o teu filho vive”, não foi uma palavra profética para o homem se apoderar
ou não. Quando Jesus proferiu, o teu filho vive, a 30 km de distância o milagre
aconteceu. O homem não viu o milagre, porém tomou posse da Palavra e partiu.
Quando chega perto da sua casa seus servos vêm ao seu encontro e dizem a mesma
palavra de Jesus: teu filho vive, então ele indaga a respeito do momento em que
a febre o deixara e disseram: ontem, às sete. Entendeu o homem que era a mesma
hora que Jesus proferira a Palavra. A sua fé foi então confirmada e creu em
Jesus ele e sua casa, ou seja, saiu do nível físico para o espiritual.
Alcançaram a salvação em Cristo Jesus.
Concluindo,
destaca-se que uma Palavra de Jesus quando liberada não há barreira de distância
para sua operação. As Suas Palavras são carregadas de Poder, tanto para
transformar água em vinho como também para curar. Como para transformar
substâncias Ele não precisa tocar, para curar não precisa estar presente. O
Poder está em Sua Palavra. Não a que é captada apenas pelo sentido humano, mas
sim a que o Espírito Santo ilumina no entendimento do homem dando-lhe poder
para tomar posse do sobrenatural de Deus.
1º SINAL - JESUS TRANSFORMA ÁGUA EM VINHO
2.1-11
Jesus não fazia sinal sem que houvesse um propósito
específico.
Bodas
era uma festa de casamento que durava ao menos uma semana e era obrigação dos
pais da noiva alimentar, dar pousada e cuidar dos convidados enquanto durasse a
festa. E o vinho era a bebida principal na cultura judaica, era o símbolo da
alegria. Então faltar vinho era desonroso.
Esta
festa onde se encontrava a mãe de Jesus, Jesus e também os seus discípulos era
de uma família, aparentemente, simples pois não havia vinho suficiente para a
festa toda. E Jesus é comunicado por sua mãe deste fato. Embora Jesus tenha
respondido à sua mãe que seu tempo ainda não chegara, ela diz aos serventes que
eles deveriam fazer tudo o que Jesus dissesse. Talvez como mãe conhecesse bem o
seu filho ao ponto de ter essa segurança.
A
palavra de Maria é sábia pois disse “fazei tudo quanto Ele vos disser”. Tal
expressão não deve ficar sem destaque, afinal é assim que deve ser o
procedimento de todos os homens, obedecer a Palavra de Jesus, é nisso que
consiste a vitória, a solução do problema. Nunca ao contrário.
O
destaque do milagre começa a surgir pois Jesus transforma água em vinho, ou
seja, uma mudança ou transformação química que o ser humano não tem poder para
fazer, transformar um elemento em outro. E o impressionante é como Jesus
manipula os elementos. Não existe nenhum sensacionalismo, como diz o professor Dr.
Paulo Garcia em uma de suas aulas na UMESP, não há nenhum charme neste milagre.
Isso porque Jesus manda apenas encher com água aquelas talhas de pedra e depois
manda os serventes levarem até o mestre-sala.
Jesus
não chama a atenção de ninguém para o momento do milagre, não manipula a água,
nem sequer toca nela. O objetivo é mostrar que tudo acontece pelo PODER DA SUA PALAVRA. Ele é o Criador de tudo, portanto,
tem poder para mudar, alterar quando quiser e como quiser.
Ele
manda encher as talhas de pedra que ali estavam para a purificação dos judeus.
Isso era uma exigência da Lei de Moisés porque um judeu em contato com um
gentio deveria se purificar. Isso era ir até essas talhas e um serviçal jogaria
água em suas mãos que derramada no chão levaria as impurezas. Nessas talhas
cabiam, conforme o texto, em cada uma, duas ou três metretas – medida grega que
equivaliam a 35 ou 40 litros.
Após
terem sido cheias, Jesus mandou tirar e levar ao mestre-sala, o especialista da
festa que atestava a qualidade do vinho servido. Este ao experimentar a água
feito vinho chama ao esposo e o questiona sobre ter deixado o melhor vinho para
o final da festa agindo contrário à normalidade que era deixar o pior para o
final.
A
explicação do mestre-sala no final do v. 10 era uma explicação natural para o
milagre que havia acontecido, mas afinal o sinal não era para ele e nem mesmo
para os convidados em geral, e sim para os discípulos de Jesus que viram a Sua
Glória e creram Nele (v. 11)
Então
os discípulos chegaram à conclusão que aquele homem não era um homem comum como
aparentava ser. Ele tinha o mesmo poder que tem Deus de transformar os
elementos, dessa forma poderiam associá -lo às profecias a respeito do Messias.